Estava escrevendo um texto sobre auditores e lembrei de um termo que já foi muito utilizado, mas nem sempre foi compreendido. Antigamente se ensinava aos auditores que as perguntas deveriam ser “Perguntas Fechadas”.
A ideia era fazer perguntas diretas e obter respostas diretas. Por exemplo: A organização é uma entidade legalmente constituída? Sim ou não. Simples, direta e objetiva. Mas não é bem assim.
Nem sempre as perguntas podem ser fechadas. O exemplo clássico é a piada “seu pai continua roubando?”. Adaptei para ficar mais atual e mais pudica.
Encontrei em uma auditoria um problema grave com o mau uso do conceito. Veja o diálogo entre auditor e auditado.
– Para medir a tensão da rede de 110V você usa este multímetro?
– Sim
– Você ajusta para a escala para 200V, coloca cada ponteira em cada um dos orifícios da tomada e mede?
– Sim
– Obrigado.
Durante toda a auditoria foi assim, ele dava todas as informações e perguntava sim ou não. Perguntas Fechadas, ele disse que aprendeu assim.
O conceito foi mal aplicado. Realmente você precisa de respostas fechadas, mas para as perguntas fechadas na sua mente.
Vejam um exemplo de como poderia ser a avaliação acima.
– Você a monitora a tensão da rede? Como?
Em ambos os casos a questão fechada era: a medição da tensão é eficaz?
Não basta conhecer as palavras, é preciso saber utilizar os conceitos.